
Indicações para prescrição de Ionograma nos Cuidados de saúde primários.
Caso clinico: Variação da caliémia, essencial para a orientação diagnóstica.
Na última década, em Portugal, têm surgido diversas normas de orientação clínica da Direção-Geral da Saúde para a gestão de requisição de meios complementares de diagnóstico, como foi o caso da norma “Indicações para prescrição do ionograma”.
O ionograma é um parâmetro analítico, maioritariamente usado para monitorização do equilíbrio electrolítico. O ionograma sanguíneo estuda a natrémia ([Na+]), a calémia ([K+]) e a clorémia ([Cl-]), que provêm da alimentação, sendo excretados através dos rins. Em circunstâncias específicas, o “Médico de Família” (MF) pode, ainda, solicitar o doseamento do cálcio, do fósforo e do magnésio. Em conjunto, estes são úteis para avaliar o equilíbrio eletrolítico, que pode estar alterado em várias situações distintas, nomeadamente na avaliação dos doentes com insuficiência cardíaca, doença hepática/renal ou hipertensão arterial (HTA). Nesta última patologia, na grande maioria dos casos não se consegue detetar a sua etiologia, mas, por vezes, é necessária uma investigação mais detalhada, aquando da suspeita clínica de HTA secundária, cuja prevalência pode variar de 5-20% sendo o hiperaldosteronismo primário umas das possíveis causas (prevalência de aproximadamente 6%). Dos utentes portadores de HTA secundária por Hiperaldosteronismo primário, 9-37% destes casos, existe concomitantemente hipopotassemia associada. Nestes casos, o ionograma assume um papel fundamental na suspeita de causas secundárias de hipertensão como na monitorização de efeitos secundários associados à terapêutica.